Você está fulo com a Nintendo, a Niantic ou quem quer que seja por não poder jogar “Pokémon Go” no Brasil? Pois inveje o arquiteto brasileiro Pedro Crescenti Gonzalez, 27, que está passando uma temporada em Nova York e diz já ter capturado 142 pokémons diferentes –todos os supostamente disponíveis nos Estados Unidos.
“Tem que andar, tem que sair jogando, ir atrás do bicho”, ele me contou sobre a façanha, não exatamente inédita: nesta semana, o americano Nick Johnson, que também mora na cidade de “Sex and the City”, anunciou ter conseguido chegar a este número. Johnson inclusive vai fazer viagens patrocinadas pela rede de hotéis Marriott para pegar as outras criaturas que estão disponíveis apenas em regiões específicas, na Europa, no Japão e na Austrália.
Gonzalez, que está fazendo um curso de fotografia, diz que chegar a esse nível envolve caminhar muito com o celular na mão, por diferentes regiões —os pokémons disponíveis costumam ser diferentes de acordo com a região da cidade (se um parque ou uma avenida cheia de concreto e prédios). “Tem vários grupos sobre Pokémon no Facebook. Eu perguntava onde um deles aparecia e ia ficar lá perto esperando. É viciante”, conta ele. “Você vai andando, o telefone vibra e aparece na telinha aquele bicho colorido.”
A captura de um deles envolveu ficar dando voltas no Museu de História Natural de Nova York (o museu inclusive entrou na onda e estimulou os internautas a contarem sobre os pokémons encontrados no local).
O esforço físico é uma exigência do jogo: para encontrar espécies raras, muitas vezes é preciso “chocar” ovos (eles são encontrados em locais identificados como “Pokestops”, onde os usuários podem recolher itens virtuais no jogo). Para ver a casca rachar e de lá surgir um belo e raro Pokémon, é preciso andar por 2 km, 5 km, 10 km…
“Você não sabe qual vai ser e cada vez tem que andar mais”, diz o brasileiro
A saga do arquiteto envolveu também alguns sacrifícios —da namorada, no caso. “Acordava cedo, deixava ela dormindo e ia para a rua jogar. Ela não acreditava”, conta ele. A amada também tem de zelar pela integridade física do amado: “Várias vezes senti minha camiseta sendo puxada por ela, e ela me dando bronca: ‘Olhe por onde você anda!’”
Ele admite que está “um pouco viciado”, mas jura “saber dividir as coisas”. “Eu almoço, como, depois paro, fotografo a cidade.”