Games, já alçados à categoria de esporte, estão muito relacionados a esforço pessoal, treino, horas de dedicação. Vendedores do eBay acham que as pessoas estão dispostas a comprar esse mérito, em vez de consegui-lo.
Com o sucesso do “Pokémon Go”, o site de e-commerce têm sido inundado com ofertas de contas do jogo: em vez de sair às ruas à caça dos seus pokémons, treiná-los, ganhar força e ir subindo de nível, bastaria comprar o acesso de alguém que já tenha feito isso.
A missão dos usuários do jogo, disponível nas lojas virtuais da Apple e do Android, é caçar personagens no mundo real, usando a câmera do celular.
Na versão britânica do portal, contas podem custar mais de £ 1.000 (R$ 4.300) –elas vem com personagens do jogo e já em níveis mais avançados. O comércio, além de descumprir as regras do jogo, é um tanto arriscado.
Primeiro porque não há nenhuma garantia de que a conta seja mesmo entregue (“o vendedor assume toda a responsabilidade pelo item oferecido”, diz o site). Segundo porque não dá para ter muita certeza de que, sem ter treinado para chegar a um determinado nível, o jogador consiga avançar muito no jogo.
Uma das ofertas vistas pela Folha e outros meios de comunicação como o jornal “The Guardian” diz que a conta à venda está no nível 23. Em um post no site Reddit, um jogador que chegou ao nível 30 discute o quão difícil “Pokémon Go” se torna nessas fases.
“Como alguém que jogou a vida toda, incluindo em um nível competitivo, eu asseguro a vocês que o avanço das fases está fora da realidade”, diz ele.
A questão é se essa é uma característica do game, ainda sem data para chegar ao Brasil, ou uma estratégia dos produtores para faturar mais, forçando os jogadores a pagar para conseguir se divertir em níveis mais avançados.