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‘Ryu, tira a camisa!’; a drag brasileira criadora de games agora comenta jogos no YouTube

Por Felipe Maia
Amanda Sparks e Ryu, o carateca astro de "Street Fighter 2"
Amanda Sparks e Ryu, o carateca astro de “Street Fighter 2”

“O Guile parece aquele cara que liga o Grindr e é do tipo discreto, ativo e fora do meio, porque tem família.” Explica-se: Guile é um personagem fortão de “Street Fighter”, Grindr é um popular aplicativo de paquera para gays e a frase é de Amanda Sparks, uma drag queen fanática por jogos que agora tem um canal no YouTube para mostrar com quantos botões se faz um hadouken.

No canal, chamado DRAGeek, Amanda faz gameplays (aqueles vídeos em que os jogadores gravam suas performances nos games virtuais) com comentários pouco usuais para o meio. “Ganhei, bichona”, comemora ela durante uma partida de “Street Fighter 2”, game clássico que completou 25 anos em janeiro“Ryu, tira a camisa”, pede ela ao carateca astro do jogo.

 

“Eu quero jogar alguns jogos antigos, seguindo umas linhas retrô. E também vou fazer uns vídeos não exatamente ligado a games, mas ao universo geek. Tipo os caras mais gostosos de jogos ou as cenas mais marcantes de ‘Doctor Who'”, conta ela.

Amanda, 33, é bastante íntima desse universo. “Como meu pai é militar, a gente vivia mudando de casa e era difícil ter amigos, então acabava sempre me divertindo com videogames.” Entre os jogos prediletos nessa fase, “Mônica no Castelo do Dragão”, do Master System, estrelado, pela dentuça de Mauricio de Sousa. Hoje, a preferência é por jogos de missões e combates. “Meses atrás eu zerei ‘Metal Gear Solid 5’.”

Desde 2001, ela também cria seus próprios jogos. O mais conhecido é “Shade Forest”, disponível na Google Play, em que a “drag queen superstar” Amanda Smarks luta contra uma “gangue de hipócritas” com beijos e tapinhas.

Os vilões são inspirados em opositores do movimento LGBT. “O primeiro chefe foi baseado nos pitboys genéricos da vida, tem um porco pastor baseado na intolerância religiosa e um ditador baseado em [Vladmir] Putin”, afirma.

Os jogos, entretanto, ainda são sua atividade paralela. Formado em letras, desenho industrial e design de games, José Henrique Oliveira, a Amanda desmontada, trabalha em uma agência de São Paulo. “Ainda não tenho como me sustentar com jogos nem como drag. Tenho que crescer um pouquinho mais para depois pensar em sair de onde estou.”

 

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