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Com ótimos controles, “Diablo 3” para Xbox 360 e PS3 tem modo multijogador como principal atrativo

Por Alexandre Orrico

Chad, um americano lá do Alaska, completamente viciado em games, passou alguns meses na minha casa no ano 2000. A ideia era que ele ficasse alguns dias em diferentes casas Brasil afora em um programa de intercâmbio, mas em nenhuma delas ele se adaptava.

As pessoas reclamavam dos hábitos alimentares de Chad (que curtia pão com catchup e um copo de coca-cola de café da manhã) e ele não se sentia provido de games o suficiente, diferentemente da minha casa, onde havia um PC, um PSone e centenas de jogos para as duas plataformas.

Depois de ir e voltar várias vezes, Chad desistiu de ficar se mudando de casa e montou acampamento permanente na minha casa. Lembro-me que toda manhã, sem exceção, eu era acordado pelo barulho frenético dos cliques do mouse do computador do meu quarto. Era Chad, lutando contra esqueletos e capturando orelhas de outros jogadores em “Diablo”.

A série “Diablo” sempre foi um jogo definido por seu esquema de controle, centralizado no mouse. Clique para matar os inimigos, clique para se mover, clique para pegar itens, clique para falar com outros personagens.

Chad, abençoado pelos deuses dos games com a ambidestria, vez ou outra trocava o mouse de mão enquanto monopolizava meu PC. A mão livre de clicar ora apertava atalhos para uso de itens e magias, ora amassava uma bolinha de espuma em uma tentativa de evitar a tendinite precoce.

Por isso foi surpreendente conferir como a adaptação de “Diablo 3” do mouse para os controles do Xbox 360 e do PlayStation 3 funcionaram bem  –primeiro em março, durante a feira PAX East, em Boston, e depois no começo desta semana, em São Paulo, onde testei o modo multijogador –de longe o principal atrativo do game.

Os controles do game foram bastante modificados para que funcionassem bem nos joysticks dos consoles. A interface foi simplificada para ser melhor acessada pelo controle e os menus internos agora são dispostos num formato circular, para melhor serem acessados pelas alavancas analógicas. Cada magia está vinculada a um botão e o analógico direito ativa a esquiva dos heróis, bem parecido com o rolamento de Kratos em “God of War”.

Os itens deixados por inimigos e encontrados em baús estão menos numerosos, mas mais poderosos. E ao passar em cima de uma arma, por exemplo, você pode equipá-la imediatamente se assim quiser.

As alterações aumentaram a dose de ação do jogo, substituíram com louvor o “clica-clica” dos PCs e diminuíram a necessidade de se abrir o inventário o tempo todo –como o “Diablo 3” para Xbox 360 e PS3 tem um modo multijogador para até 4 personagens simultâneos (que podem ser locais ou on-line), a novidade é mais do que bem-vinda.

Sempre achei muito divertido o multiplayer local. Desde o Master System, quando uma verdadeira legião de primos se amarrotava em um quarto para um megacampeonato de “Jogos de Verão”, ou as longas competições de “Top Gear” no Super NES.

Poucos jogos para a atual geração de consoles aproveitam o multiplayer cooperativo local, menos ainda com quatro personagens. Em todos esses anos, só me lembro das franquias “Fifa”, “Bomberman” e os títulos de “Lego”. “Diablo 3” chega para preencher esse vácuo.

Os quatro espaços para jogadores podem ser preenchidos por qualquer combinação entre amigos locais e on-line. Por exemplo, você pode jogar com outros dois amigos no sofá de casa e chamar mais alguém pela internet para completar o time. Ou o contrário –dois amigos pela internet e um no sofá. Também dá para jogar só com três ou dois personagens –a dificuldade do game se adapta automaticamente.

Às vezes, com quatro jogadores, há muita bagunça e é inevitável se perder. Mas até isso faz parte da diversão.

Totalmente em português, “Diablo 3” para PlayStation 3 e Xbox 360 já está disponível para a pré-venda em todo o Brasil. Por R$ 159,90, o jogo chega com o item Elmo Infernal (que multiplica os pontos de experiência de quem utilizá-lo, acelerando a evolução do personagem) e uma camiseta do game.

Chad, você está convidado para jogar lá em casa. Pelo menos agora podemos jogar juntos e não há mais o risco de você monopolizar o jogo. Tem catchup e coca na geladeira.

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