Segundo uma pesquisa divulgada pelo grupo asiático Displaybank, cerca de 4,6 milhões de notebooks com tela do tipo touchscreen foram produzidos e enviados pela indústria durante o primeiro semestre do ano, de um total de 46 milhões de computadores portáteis comercializados.
Segundo a empresa de pesquisa, conforme divulgado pelo jornal taiwanês “Digitimes”, a taxa em que cresce a proporção de aparelhos com tela sensível ao toque é alta, sendo que fabricantes como Lenovo, Acer e Asus têm como meta ter 20% de seus laptops equipados com visores do tipo.
Essa pode ser uma boa notícia para a Microsoft, dada a situação um tanto desconfortável da companhia em relação ao Windows mais novo, voltado para interfaces operadas por toque e que, desde seu lançamento, vem fazendo pouco barulho.
A verdadeira utilidade ou a conveniência de equipamentos com tal configuração, contudo, pode gerar opiniões controversas.
“Qualquer coisa pode ser forçada a convergir. Você pode juntar uma geladeira a uma torradeira, mas o resultado não será agradável para o usuário”, disse Tim Cook, presidente-executivo da Apple, há cerca de um ano.
Já o jornalista Sean Hollister, em artigo publicado no site “The Verge” e intitulado “Surpreendentemente, computadores com tela tátil não são horríveis”, diz que ele próprio concordava com tal ponto de vista, mas que, quanto mais ele usava laptopts táteis e com Windows 8, mais ele acreditava que tais telas seriam o futuro. No texto, Hollister detrai os periféricos (e o hábito de forçar-nos a decorar teclas de atalho, por exemplo) como pouco intuitivos e enaltece a capacidade de usar um híbrido de laptop e tablet enquanto se está de pé.
O “ lembra de duas características negativas dos notebooks com tela sensível ao toque: a “síndrome do braço de gorila”, que basicamente rotula a fadiga causada no braço pela operação de uma tela “touch”; e a vida de bateria potencialmente menor (a “Laptop Magazine” testou modelos com tela sensível ao toque e suas respectivas versões sem essa capacidade, e estas últimas sobreviveram a cerca de uma hora a mais longe da tomada). O site diz que “gostemos dela ou não, a tela tátil em notebooks é o futuro.”
Alguns web-comentaristas ridicularizam a tendência como algo que simplesmente não tem o potencial para substituir um mouse, justamente pelo esforço que o acionamento de uma tela tátil demanda.
O Google, talvez, concorde: o último computador que lançou, o chamado Chromebook Pixel, é um laptop cuja tela, além de ter resolução altíssima, responde aos contatos de pontas de dedos.
A Microsoft sugere, com o Surface, que o Windows 8 é mais bem utilizado em um tablet (com um teclado acoplado, talvez?).
Nenhum notebook da Apple tem tela “touch”.
A principal iniciativa nesse sentido foi da Intel, que passou a requerer das fabricantes que incluíssem telas táteis a seus computadores que desejavam ver categorizados como ultrabooks.
Seria possível argumentar que uma tela sensível ao toque aumenta o custo de produção (e consequentemente o de venda) de maneira fútil. Poderia ser defendida, também, a ideia de que esse custo seria insignificante caso a função venha a se tornar um “must-have”, dado o grande volume de pedidos.
Por um lado ou pelo outro, o que as empresas do setor têm de fazer (e que, com isso, aparentam estar fazendo) é reinventar o PC para tentar conter o êxodo dos usuários de laptops rumo aos tablets.