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Primeiras impressões sobre o Feedly, provável sucessor do Google Reader

Por Rafael Capanema

O Google estava de má vontade com o Reader há muito tempo.

A última vez em que mexeu no serviço, que será extinto em 1º de julho deste ano, foi quase 17 meses atrás, em 31 de outubro de 2011: atualizou o visual e acabou com os itens compartilhados, estimados pelos usuários, para favorecer sua rede social, o Google+, estimada… só pelo próprio Google.

A empresa deu dois motivos para a decisão: “O uso do Google Reader diminuiu e, como empresa, estamos focando toda a nossa energia em menos produtos.”

Faz sentido. O Reader sempre foi um serviço de nicho. É feito para pessoas que não querem perder absolutamente nenhuma atualização de vários sites ao mesmo tempo (repórteres de tecnologia, por exemplo).

Leitores de RSS continuam imprescindíveis para muita gente, mas usuários casuais simplesmente usam o Facebook e o Twitter e acessam a página principal dos sites de que mais gostam.

Achei que o sucessor do Google Reader demoraria um pouco para surgir, mas já parece haver um vencedor: o Feedly.

O serviço ganhou 500 mil usuários depois do fim do Reader, chegou ao topo da App Store e do Google Play e venceu com folga uma enquete promovida pelo “Lifehacker”.

Versão web do Feedly (Reprodução)
Versão web do Feedly (Reprodução)

Tenho usado o Feedly e gostado bastante, apesar de alguns problemas.

O Reader estava parado no tempo; o Feedly e outras alternativas estão dispostos a inovar. No fim das contas, isso faz com que o fim do serviço do Google seja uma boa notícia, na minha opinião.

Listo algumas coisas que me agradaram no Feedly:

  • Exportação quase imediata de dados do Reader
  • Suporte a atalhos de teclado iguais aos do Reader, principalmente “J” e “K” para avançar e retroceder entre os itens
  • Modo “revista”, popularizado pelo Flipboard, bom para consumo casual de notícias, além das visualizações de lista e de artigos completos, como no Reader
  • Sugestões de feeds semelhantes aos que você assina bem mais proeminentes do que no Reader
  • Número de “curtidas” no Facebook e “+1s” no Google+ logo acima do título dos artigos. Este e outros dados alimentam o modo “latest”, que reúne o conteúdo mais popular dos sites que você assina (de novo, bom para o consumo casual)
  • O aplicativo para iPad é bonito e extremamente rápido (aliás, por que todos os aplicativos para iPad não são rápidos assim?). Ainda não usei as versões para iPhone e Android, mas elas também parecem funcionar muito bem
Feedly para iPad (Reprodução)
Feedly para iPad (Reprodução)

Agora, os problemas (alguns deles, suponho, são bugs relacionados à integração da minha conta do Reader ao Feedly):

  • Algumas vezes, a lista de artigos chega ao fim, mas ainda há itens não lidos
  • Página de preferências muito longa e complexa. Dá para mudar a cor dos links de artigos lidos e não lidos, mas é preciso usar códigos de cor em HTML (bem-vindo de volta a 1996)
  • A opção de padronizar a exibição de todos os feeds (o meu modo preferido é “artigos completos”) não está funcionando na versão web. É preciso configurar pasta a pasta
  • No iPad, há várias opções de exibição, mas a única que funciona é o modo “revista”
  • A versão para iPad parece ordenar as pastas de forma aleatória, em vez de alfabética

Essas e outras falhas, felizmente, devem ser solucionadas em breve. Depois da explosão de novos usuários, o Feedly tem atualizado seus aplicativos rapidamente e acrescentado recursos do Reader, como a visualização em lista. Talvez até implementem os antigos itens compartilhados, principal atração do Old Reader, outro concorrente a sucessor do serviço do Google.

O Feedly pretende ainda oferecer uma versão paga, o que deve ajudar a manter o negócio sustentável.

E você? Usava o Google Reader? Pretende migrar para o Feedly ou para outro serviço? Ou ainda tem esperanças de que o Google mude de ideia?

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