A “nova internet” é dominada por homens brancos

Por Yuri Gonzaga

Um estudo divulgado pelo site “BuzzFeed” mostrou que se encaixam simultaneamente nas categorias “homem” e “branco” nada menos que 88% dos usuários do App.net, uma recém-nascida “versão paga” do Twitter. Mulheres correspondem a míseros 6% dessa rede social, e não-brancos por 8%.

Já entre os que estão no Svbtle, plataforma de blogs exclusivista (ou excludente) lançada em março, 81% são homens brancos. Os membros do Medium, fundado pela dupla que criou o Twitter, também é quase homogênea: 61% são homens brancos.

Parcela de usuários dos sites composta por homens brancos (Reprodução/BuzzFeed)

Esses três sites têm em comum terem sido lançados há relativamente pouco tempo e serem grandes apostas da mídia especializada para comporem a chamada nova internet. Em outras palavras, o grosso de seus usuários é formado somente pelos chamados “early adopters”.

No seu longo post, o autor Benjamin Jackson esmiúça as características demográficas do ambiente de start-ups tecnológicas e fala sobre o inevitável processo de diversificação por que costuma passar um site amplamente utilizado.

“O que isso significa para as empresas? Se os primeiros usuários de um serviço dão forma a seu produto, mas não correspondem às características a sua eventual base de usuários, há a probabilidade de que suas necessidades tampouco respondam aos ‘usuários reais’. Seus dirigentes devem estar atentos a esta discrepância –ou eles podem se ver guiados pelos devaneios desses ‘geeks alpha‘.”