“É por causa dele que eu trabalho 20 horas por dia.” Essa é a frase de um engenheiro da Apple na década de 80, referindo-se ao fundador da empresa, Steven Jobs –forma como ainda era chamado.
Na entrevista originalmente publicada em fevereiro de 1985 pela “Playboy” americana e agora disponível no site (para quem consegue manter a atenção no texto), o empresário contava ter acabado de perder US$ 250 milhões. E ri.
“Minha reação a essa coisa com o dinheiro é pensar que isso é cômico. É a coisa menos interessante ou valorosa que me aconteceu nos últimos dez anos.”
Ao longo das seis páginas de entrevista (além de uma introdutória), fala-se sobre dinheiro, o surpreendentemente próspero mercado de computação pessoal, dinheiro, a juventude, dinheiro, sobre a relação de Jobs com sua filha, Lisa (quem Jobs temia que fosse sequestrada para chantagem) e sobre dinheiro.
“Esse cara tem só 29 anos”, diz a reportagem. “E contratou um executivo da Pepsi, John Sculley, para comandar a Apple, perguntando se ele queria passar o resto da vida vendendo água com açúcar.”
Ainda em 1985, esse próprio Sculley seria responsável por afastar Jobs de seu cargo gerencial, após atritos entre todo o conselho da Apple e o fundador da empresa).
Sobre o Apple 1, que teve uma unidade recentemente leiloada por quase R$ 800 mil, Jobs diz que era “definitivamente, um produto para hobbistas”.
“Vendemos só umas 150 unidades deles. E ganhamos US$ 95 mil com isso –foi então que eu percebi que [a computação pessoal] ia além de algo para fazer.”