Quando era criança e ainda não tinha internet, usava o computador que meu pai comprara para brincar no Microsoft Paint. Não sabia desenhar nada, nada mesmo, mas adorava passar o tempo fazendo uma casa ao lado de um árvore sob um céu azul e um sol sorrindo.
Hoje, com ferramentas de criação e edição de imagens muito mais poderosas, o MS Paint é um menino esquecido e abandonado, pelo menos para a grande maioria das pessoas. O programa está lá, no Windows, mas acaba sendo aberto só por acidente.
Seria injusto, no entanto, afirmar que o software não tem utilidade: dê uma ferramenta para um artista que saiba usá-la e ele poderá transformá-la numa obra de arte.
O americano Hal Lasko, de 97 anos, sabe como o MS Paint é importante. Ele é o autor das imagens que você vê neste post, produzidas com o Paint do Windows 95.
Designer gráfico há muito aposentado, ele foi introduzido ao software na década de 1990. Desde então, passa dez horas por dia em suas pinturas digitais, misturando pontilhismo com arte 8-bit. Apesar de ter seguido uma carreira criativa, Lasko diz que no trabalho nunca pôde expressar seus desejos artísticos completamente.
Hoje, ele tem tempo para isso. E adora o que faz.
“Agora não é mais para o trabalho, é por diversão”, ele diz.
Lasko tem um problema chamado degeneração macular úmida, que causa cegueira no centro de sua visão. Mas, graças à ferramenta de lupa que o computador lhe oferece para ampliar os elementos da tela, ele consegue trabalhar com detalhes numa boa.
Duas de suas obras estão em exposição no Senior Center de Rocky River, em Ohio. Lasko também vende as pinturas que faz em seu site: hallasko.com/collections/prints
Você pode conhecer mais da história de Hal Lasko no documentário “The Pixel Painter” [o pintor de pixels, em tradução livre]. (Nota: o vídeo abaixo é inspirador, muito bem feito e pode deixá-lo muito emocional e com vontade de espalhar essa história para todo mundo no final.)
[vimeo 70748579 nolink]